Quinta Retrô: Tebas, traços inapagáveis

  • 17/02/2022 às 11:11

O esquecimento, talvez esse seja um dos maiores temores que qualquer artista pode ter, cair no esquecimento. Imagine então não somente o esquecimento, mas também a exclusão de seu nome e de seus feitos da história. O Quinta Retrô de hoje conta a história não apagada de Joaquim Pinto de Oliveira.

Assim como para qualquer preto, Tebas sofreu com a escravidão desde seu nascimento. Em um Brasil ainda escravocrata, Joaquim, que nasceu no litoral paulista, foi levado a capital por um português que detinha sua propriedade – revoltantemente assim que AS COISAS aconteciam por volta de 1721.

Poucas são as informações que temos de Joaquim durante seus anos de escravidão, mas não é difícil de imaginar que tenham sido extremamente arcaicos. Com tudo, Joaquim conseguiu sua alforria aos 58 anos – neste caso existem duas versões de como isso se decorreu – uma das versões diz que Tebas venceu um processo diante da esposa de seu proprietário, que havia falecido. A versão oficial conta que Tebas comprou sua alforria com trabalhos arquitetônicos.

Especialista ne cantaria, técnica de transformar blocos de rocha bruta em blocos de construção, Joaquim impactou a modernização de São Paulo que era construída a base de taipa – técnica que utiliza barro para moldar edificações. Seu talento foi utilizado por todas as frentes religiosas da época, Tebas construiu e ornamentou igrejas como o Mosteiro de São Bento e a antiga Catedral da Sé – algumas destas ainda continuam em pé.

Uma de suas maiores obras não teve a mesma longitude e foi demolido em 1866, o Chafariz da Misericórdia – construído onde hoje é a rua Direita, no centro de São Paulo – o primeiro chafariz público da cidade.

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